domingo, 18 de dezembro de 2011

Crise de originalidade

Por conta da necessidade de obter embasamento teórico em minha pesquisa acadêmica, fui obrigado a ler alguns textos bem maçantes, do tipo filosóficos, que deixam a cabeça da gente fervilhando, com o tico e o teco trocando socos, tapas, pontapés, enfim, uma confusão. Mas um desses textos me chamou muito a atenção, tanto para a literatura quanto para a música. Tratava-se de uma dissertação intitulada "Tempo e história: introdução à crise",  da autoria do falecido estudioso Benedito Nunes. Nesse texto, o autor fala sobre as dificuldades em ser original e romper com os clássicos.

No que diz respeito à música, vou me ater ao âmbito do rock em geral, que é a parte mais apreciada e entendida por minha pessoa. No Brasil e no mundo, os degustadores desse estilo estão passando por um hiato de bandas realmente boas. As atuais, que se propõem a uma originalidade um tanto quanto duvidosa, fazem um tipo de música que nada tem a ver com os clássicos, tais como Pink Floyd e Led Zeppelin. Acho um absurdo essas bandas novas não olharem para a história antes de tentarem fazer música. Nunca veremos, com absoluta certeza, algum desfortunado com uma camiseta do Restart ou do NXZero. São descartáveis, jamais terão suas músicas estudadas, já que essas não se baseiam em nada. Os clássicos utilizam obras literárias como base, como fizeram várias vezes Iron Maiden e Metallica. Não fazem parte de nenhum movimento, dão entrevistas sem nexo nenhum, não estudam, não leem, não fazem nada. São um poço sem fundo de ignorância. Um mal exemplo para sua geração.

Dialogando com os escritos de Benedito Nunes, esses jovens descabeçados romperam com os clássicos, mas mudaram o conceito de originalidade. Hoje, não quero algo original. Quero que os clássicos retornem. Já.

5 comentários:

  1. cresci ouvindo rock por influência dos meus irmãos e choro qndo escuto esse zé povinho de hoje dizer q faz rock e participar dos festivais q fizeram história. q aliás não tem mais nada a ver com os festivais de antigamente né? triste.
    clássicos já!!!!

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  2. Concordo contigo. Não sou saudosista, mas devo admitir que num passado não distante a qualidade musical era um pouco melhor. A sorte são algumas pessoas que aparecem hoje em dia com talento. Mas a maioria tá na onda Restart mesmo.

    Beijocas

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  3. espero que eles retornem também. Parabéns pela sua escrita, muito clara, a leitura flui. Abçs.

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  4. Não há nada como os clássicos. Por mais que se tente, bandas como Led Zeppelin e Pink Floyd, que você citou, não terão seu sucesso repetido pelas novas bandas, pois o objetivo que se tinha ao fazer música era qualidade, enquanto hoje o objetivo é a suposta fama e o dinheiro.
    Adorei o blog e seu jeito de escrever. Parabéns! Estou seguindo! Bj

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    1. Pois é, hoje é muito difícil deixar o refúgio que os clássicos nos dão.

      Obrigado pelos elogios e por seguir esse espaço.
      Abraço.

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