Há algum tempo não muito distante, mais ou menos um ano atrás, eu era um tipo revoltado com as redes sociais. Para mim, Twitter, Facebook e Orkut (principalmente esse último) eram grandes latas de lixo em que as pessoas depositavam os excrementos de suas vidas monótonas, como se aquilo interessasse a alguém. Semana passada encontrei uma definição razoável para esse tipo de atitude, e ela foi dada por Boni, durante sua entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura. Dizia ele que não participava das redes sociais pois considerava isso um "suicídio social". Expor-se de maneira acintosa, falar das intimidades mais banais, enfim, tornar a sua vida um livro aberto.
Outra coisa destacada pelo ex-chefão global foi a falta de cultura de quem participava desses grupos, fato esse que me fez relutar durante algum tempo em efetuar meu cadastro definitivo nesses sites de relacionamento. Meu primeiro contato com o Twitter foi quando li os micro posts de alguns amigos. Eram frases mais ou menos como "queimei meu dedo no fogão. que coisa!"; "estou esperando ansiosa meu namorado, o @fulano."; "ontem vomitei muito na balada. e hoje tem mais!". Com o Facebook não foi diferente. Para mim, tratava-se de um novo Orkut, apenas mais dinâmico. E Orkut para mim era sinônimo de vegetar em frente ao computador, procurando algo que nunca iria encontrar, bisbilhotando o perfil alheio, imaginando se aquela pessoa realmente apresentaria a carga de cultura que sugeria. As decepções foram muitas.
Mas o que fazer? Todos os jornais e revistas que eu lia e leio estavam e estão totalmente ligados a essas redes. O jeito foi aprender a usá-las. Foi árduo o aprendizado e ainda é, já que me considero um verdadeiro analfabeto da rede mundial de computadores. Hoje, aprendi a garimpar a informações que me são apresentadas. Há, sim, vida inteligente no Twitter e no Facebook. Muita gente boa procura postar somente coisas que acrescentem alguma informação às nossas mentes. Claro, ainda vejo muita coisa escabrosa, de arrancar os cabelos e perder as esperanças na raça humana.
Recentemente li um artigo da autoria de Marcelo Rubens Paiva no jornal (impresso, pois ainda prefiro esse ao eletrônico) O Estado de S. Paulo, em que ele falava sobre as novas tribos cibernéticas, divididas por ele entre faceiros e twitteiros. Não quero ser de nenhuma delas, já que possuo conta em ambas, mas se me for perguntado a qual prefiro, gosto mais do Twitter. Lá eu vejo uma série de breaking news que muitas vezes chegam a mim por pessoas que sigo, além do próprio sistema de postagens em 140 caracteres exigir mais da criatividade de quem escreve.
E foi por meio do Twitter e também, como já foi citado no meu primeiro post, através da recomendação de um amigo que cheguei a essa rede que considero como a mais interessante de todas: a blogosfera. Em quase um mês de uso contínuo, já vi muita coisa boa, de gente que de forma anônima e sem fins lucrativos exala a sua sapiência por esse território sem dono chamado internet, enriquecendo o repertório dos assuntos das mesas de bar de quem os lê.
Agradeço aqui, então, a todos os twitteiros, faceros e, acima de tudo, os blogueiros que tornaram as minhas estadias na internet mais produtivas.
Um abraço.
Eu me pergunto bastante se as horas que invisto em redes sociais vale a pena. Sem querer, tbm absorvo muito lixo, mas acho que faz parte da cultura mesmo. Ótima a tua reflexão; acho que, quem questionar, acatamos as redes sociais perigosamente, expondo muita coisa que não vale a pena. O twitter, mesmo, uso raramente, só para manutenção da conta; o Orkut abandonei. Me foi muito divertido na adolescencia, mas hoje acho uma merda. Já o facebook acho interessante, justamente pela ideia de se conectar com a imprensa e outras mídias. Ahh, superando minha distração, linkei seu blog ao meu! :)
ResponderExcluirAhhh, esqueci de comentar tbm (distraída): teus comentários em meu blog são alguns dos bons motivos que me incentivam a continuar blogando! bom demais ter um feedback tão inteligente! Internet tbm tem vida inteligente!! rs :)
ResponderExcluire pensar que o propósito das redes sociais era unir pessoas por interesses... pena q hoje o supérfluo tenha tomado conta de todas elas. já vi muita besteira em cada uma das citadas, mas como vc mesmo disse, muita coisa boa também. tuíter nunca usei, as poucas vezes em q tive acesso foi para ler uma ou outra coisa q soava interessante. orkut não sei mais nem a senha, ainda bem. o face eu ainda uso e com mais freqüência, mas com certeza não posto nada q eu como leitora não consideraria interessante de ser lido. juro, não suporto os conhecidos e amigos q postam o dia-a-dia, como diário. fora as fotos q ficam sendo compartilhadas a rodo, numa pseudo tentativa de juntar todo mundo no mesmo saco. e falando em criatividade para escrever, eu uso a minha nas postagens do facebook, assim não sobrecarrego ninguém com informações inúteis.
ResponderExcluirclaro, a blogosfera... já amei mais, precisava disso aqui pra me mostrar pro mundo sem me expor, fiquei uma época em exílio e acho q voltei, não sei se pre ficar ou com força total, mas tem sido de novo muito interessnte. não como no começo, mas tem sido gostoso.
Nossa, muito bom seu post! É um dos blogs que tenho cada vez gostado mais, porque você escrever com muito domínio do assunto abordado, o que demonstra, acima de tudo, inteligência.
ResponderExcluirOlha, eu simplesmente vivia sem me importar muito com todas essas redes sociais. Orkut sempre usei para tirar o que queria das comunidades que me interessavam. Twitter nunca achei graça, aqueles 140 caracteres sempre me irritaram. Já o Facebook me pegou mais, mas confesso que tem dias que tenho vontade de fechar aquilo lá e não voltar mais, tamanha é a inutilidade de 90% do que é postado. E fico boba de ver também como tem gente que fica da hora que acorda, até a hora que vai dormir postando cada bobagem que passa pela cabeça.
Eu gosto de dar uma olhada lá de manhã e a noite, até porque tem pessoas que só converso por lá, numa espécie de msn. Mas gasto pouco tempo da minha vida nisso e já tenho achado que gasto demais... rs.
Já os blogs são a minha praia. Aqui me sinto em casa, gosto muito e não pretendo abandonar.
Vou compartilhar esse seu post no Facebook e ver o se tem mais gente que tá vendo isso... rs
Beijocas
Pena, não consegui compartilhar seu post, tá dando erro.
ResponderExcluirBeijocas
Quando surgiu o Orkut, relutei um pouco. Depois cedi e reconheço que há vida inteligente no sertão das redes sociais.
ResponderExcluirComo você mesmo mencionou no texto, garimpando se consegue encontrar o conteúdo que mais se adapte aos nossos interesses pessoais. Tenho twitter e face, e digo...o face se torna uma verdadeira exposição quando assim o permitimos ser.Acho que apesar de dinâmico, ele ainda é subutilizado. Poderia ser um meio de repasse de informações interessantes,mas as minuncias cotidianas prevalecem.
ResponderExcluirEntão, deixemos essa tarefa para o twitter.
Texto interessante, parabéns.