Mais um ano está chegando ao fim e como todo mundo (se não for todo mundo, uma boa parte da população mundial) faço um balanço do que foi feito, desfeito, melhorado, piorado, atingido, inalcançado e etc. Analiso os outros anos que se passaram e tento ter uma base de como serão os seguintes.
Mas a maior conclusão que obtive nesse período de doze meses que separou o final de 2010 do início de 2012, ou seja, o ano de 2011, foi que estou ficando velho. Sim, velho, o que significa ranzinza, sem pique, caseiro, reclamão, anti social e derivados. Falo isso porque já não programo meus finais de semana como antigamente.
Há alguns anos, quando chegava a quarta-feira, já começava a correr freneticamente os olhos pela lista telefônica de meu celular à procura de companhia para uma possível balada. Sexta e sábado eram dias sagrados para uma grandiosa bebedeira, de preferência em um lugar onde estariam muitas pessoas, melhor ainda se a maior parte delas fosse constituída por indivíduos do sexo feminino. A música não importava, desde que houvesse esse recém e bem sucedido implantado sistema que tanto faz a cabeça da gurizada, o tal do open bar. O domingo era reservado para uma implacável ressaca, que me mantinha na cama o dia todo. Não conseguia fazer mais nada, a não ser pensar que na próxima semana tudo começaria de novo.
Hoje, bem, tenho aversão a esse tipo de programa. Prefiro os bares com uma penumbra aconchegante, acompanhado de música que pode variar do blues à MPB. A dose de cerveja é bem menor que a daqueles tempos sórdidos. Cinco ou seis cigarros, no máximo. Nada de varar a madrugada. Se o bar estiver muito lotado e sem mesas disponíveis, não reluto em voltar pra casa e ver um filme. Os amigos também mudaram, assim como as mulheres. No boteco, pode-se conversar sobre música, cinema e literatura, além de trivialidades, o que era impossível de se fazer com o DJ "incendiando" a pista com uma mistura de Lady Gaga com Madonna.
Se sou mais feliz hoje ou no passado? Tudo tem a sua época. Mas me sinto mais equilibrado e sábio em relação às minhas escolhas. As mesas de bar me ensinaram muito mais coisas que as casas noturnas. Há algo de filosófico que está intrínseco ao boteco. A maioria dos grandes escritores e músicos foi frequentadora desses locais.
Se você ainda prefere as casas noturnas, recomendo que reflita sobre a possibilidade do bar. É uma saída filosoficamente interessante.
acho q já fiquei velha... faz tem q nem sei o q é balada.
ResponderExcluirEsse texto poderia ter sido escrito por mim... rs.
ResponderExcluirAcontece o mesmo comigo. Eu era uma baladeira daquelas de sair na sexta a noite e voltar domingo pra casa, completamente acabada.
Hoje meus programas são bem lights. No estilo dos seus.
Beijocas
"Quando a decisão é coerente,o resultado é certo!Estamos de acordo!Chega um dia que a adrenalina baixa e a vida começa de forma acalma e o mais real possível.Abraço grande de AMIGO:-BYJOTAN.
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ResponderExcluirRi ao ler seu texto, pois eu fazia exatamente igual. Começava a semana, já pensando no que iria fazer na sexta feira e com quem. Também já enviava diversos torpedos para diversas pessoas, com o intuito de pelo menos, encontrar uma que saísse comigo.
ResponderExcluirForam extensos anos de balada. E curti ao extremo sim. Não me arrependo. Mas, atualmente, até pode rolar uma night ao som de tribal house, porém apenas para extravasar a minha agressividade da semana agitada no serviço, nas aulas, enfim, da tensão do dia a dia.
Hoje, sou mais caseira. Prefiro um cineminha, um boteco para bater papo com os poucos amigos que eu tenho, visitar uma exposição, ir à livraria e me perder naquela feira saborosa, ou mesmo curtir uma viagem bem calma! Os anos passam e a nossa vitalidade desacelera!
Beijos