Antonio Prata é um cronista e contista que escreve às quartas-feiras no caderno Cotidiano do jornal Folha de São Paulo. Para se destacar entre em um diário que tem entre seus colunistas nomes como Clóvis Rossi, Juca Kfouri, Tostão, Xico Sá, Dráuzio Varela, Álvaro Pereira Júnior, Michel Laub e Ferreira Gullar, é preciso mostrar um algo mais. Antonio mostra isso e vai além.
Todo meio de semana ele desperta a ansiosidade de cada vez mais leitores. Com notável maestria, faz uma interessante alternância de textos literários e jornalísticos, valendo-se de uma linguagem limpa e fluente, que torna a leitura muito prazerosa. Seus temas se relacionam com pequenos acontecimentos do cotidiano e grandes ocorrências relatadas na mídia.
Seu texto "Recordação", no qual um taxista relata suas agruras amorosas a um passageiro desconhecido, é uma narrativa digna de muitas análises e releituras, dado o seu poder cativante. Em "Entre ou saia", relata com acidez e ironia o fato de um aluno do Colégio Bandeirantes ter sido impedido de entrar na instituição por estar vestido com uma saia. "A passeata", publicado ontem, traduz o sentimento de perplexidade que atinge todos os brasileiros diante da onda de protestos em andamento por todo o país. Afinal, o que está acontecendo? Além do aumento abusivo do passe de ônibus, quais são nossas causas? A corrupção? A Copa do Mundo? A Rede Globo?
Por tratar de temas atuais com inteligência e ser bem articulado, Antonio atrai um publico mais jovem, identificado com a linguagem rápida das redes sociais. É um excelente modelo a ser seguido por aqueles que sonham em seguir a carreira jornalística ou para quem, pura e simplesmente, quer ler jornal e ter a sensação de que está lendo um livro.
eu li 'recordação' e me senti dentro do táxi conversando com o taxista.
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