Li um texto no qual um quadrinista (que não ganha a vida fazendo o que gosta, ou seja, histórias em quadrinhos) explicava o motivo pelo qual, quando tinha chance, pegava em sua caneta Bic e criava tiras, mesmo sem ganhar dinheiro nenhum por isso. O artigo escrito por Érico Assis, na verdade, mostrava uma série de depoimentos a respeito da nona arte, com o título de "Por que quadrinhos (3)?", no Blog da Companhia das Letras.
Foi inevitável o que ocorreu depois da leitura: peguei-me a indagar o mesmo, mas com relação à escrita desses pequenos textos que aqui publico. Já me perguntaram, quando digo que mantenho um blog, se recebia por isso. Óbvio que eu gostaria de ganhar a vida escrevendo, mas não seria apenas pelo dinheiro.
Então porque, afinal, quando tenho um tempo livre, pego uma caneta ou lapiseira e um pedaço de papel para escrever textos que pouco serão lidos?
Escrevo, pura e simplesmente, porque me faz bem.
Quando termino um texto, sobre qualquer assunto, seja ele extenso ou não, é como se eu chegasse à casa de minha mãe e a encontrasse me esperando com um abraço apertado e meu prato predileto à mesa.
É como se eu achasse inesperadamente cinco reais esquecidos no bolso de uma calça quando achava que estava falido.
É como se o São Paulo fizesse o gol do título aos quarenta e oito do segundo tempo, com dois jogadores a menos e fora de casa.
É como ouvir "When The Levee Breaks", do Led Zeppelin, no auge de uma bebedeira.
É como se, depois de um dia difícil, eu recebesse um beijo de minha namorada.
Com essas pequenas e poucas respostas, cheguei à conclusão de que sou escritor amador justamente por isso: porque amo esse ofício.
escrever é terapia, mesmo q ninguém leia.
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