segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mais louco que o Batman

Atualmente, os quadrinhos de super-heróis vêm passando por uma espécie de crise. Leitores (que desde sua menor idade acompanham esses lunáticos que vestem roupas extremamente coladas ao corpo e muitas vezes excessivamente coloridas) bradam que os heróis de suas infâncias estão sendo desfigurados por editores, roteiristas e desenhistas com ideais mercenários. E isso tem ocorrido nas duas maiores editoras de super-heróis do mundo.

Recentemente, os chefões da DC Comics resolveram "zerar" seu universo, com o intuito de adequar suas personagens ao mundo real e atual em que nós, seres humanos supostamente normais, vivemos. Não só isso: alguns acontecimentos foram simplesmente ignorados e eliminados cronologicamente. No caso da Marvel, a última edição, de número 700, da revista Amazing Spiderman, mostra um dos maiores e mais clássicos inimigos do aracnídeo, o Dr. Octopus, vestindo a sagrada malha vermelha, azul e estampada com teias. As reações do público que sempre acompanhou as aventuras de Peter Parker foram as piores possíveis, como foram relatadas por Doctor Doctor no blog SOC! TUM! POW!.

Entretanto, algumas coisas não estão ruins como parecem. Resolvi acompanhar o reboot da DC, através das revistas editadas aqui no Brasil pela Panini Comics. De fato, nem tudo são flores. Algumas coisas não valem o preço que custam. Mas o arco que eu sempre espero ser o melhor está superando (e muito) minhas expectativas. A equipe que está conduzindo criativamente o Batman e toda sua trupe é realmente de qualidade. Artistas como J. H. Williams III (cérebro criador do arco da Batwoman) estão fazendo um excelente trabalho gráfico, com quadrinhos que remetem a cenas de cinema, dado a sensação de movimento que transmitem aos olhos do leitor.

Mas a personagem que faço maior destaque  é uma das que mais sofreram, ao longo de sua história, todo tipo de retaliação por conta de seu papel secundário. Refiro-me ao novo Robin, identidade secreta ostentada atualmente por Damien, filho de Bruce Wayne. Treinado pela mortífera Liga das Sombras, Damian é um assassino por natureza que quebra todo tipo de regra. A principal delas: não matar. Apesar de ter apenas dez anos, esse novo e brutal Robin é dotado de extrema inteligência e coloca em xeque os padrões morais impostos por seu pai.

Acabei de ler a história intitulada "Obstinado", pertencente à revista A Sombra do Batman nº 7. A dupla Peter J. Tomasi e Patrick Gleason exploram muito bem, em poucas páginas, os temas traição, lealdade, ódio e vingança. Para o devido entendimento dos acontecimentos, vale uma olhada nas edições anteriores, que mostram a evolução dos dois quadrinistas à medida que a trama avança pelas páginas. 

Uma coisa é garantida: Batman, enfim, encontrou, nesse seu pequeno parceiro sanguinário, alguém mais louco que ele próprio.  

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