Exceto aqueles
leitores que, por ideologia ou idade avançada, prendem-se aos autores
clássicos já devidamente enterrados e imortalizados, os outros amantes da literatura buscam algo novo com o que se
encantar. Claro, todos possuem os seus escritores prediletos, que nos
fazem ler e reler incansavelmente um romance, um conto ou um poema.

A primeira remete ao romancista, roteirista, ator e quadrinista brasileiro Lourenço Mutarelli. Sim, alguns aqui se surpreenderão por só agora, tão tardiamente, o indivíduo que aqui vos escreve ter descoberto o autor de obras como O Cheiro do Ralo, Natimorto e dos quadrinhos protagonizados pelo detetive Diomedes. Admito, foi um lapso. O fato é que o pouco contato que tive com os escritos desse paulistano foi o suficiente para cativar-me profundamente. Além de sua produção, que deixou-me ansioso por devorá-la o quanto antes, Mutarelli é um daqueles caras que, quando falam, inspiram multidões. Contido, mostra-se conhecedor nato de variadas formas de arte, o que faz com que seja tão polivalente como artista. Prova disso é sua entrevista para o programa Provocações, transmitido pela TV Cultura no dia 03 de abril de 2012. A cada pergunta feita pelo apresentador Antônio Abujamra, ele citava inúmeras referências, que abrangiam cinema, quadrinhos e literatura, levando-me a pesquisar e incluí-las em minha lista de desejos culturais.
Minha segunda e recente descoberta, à qual me referi acima, é o argentino Ernesto Sabato (foto), cujo livro "O Túnel" está entre as obras da bela e recém-lançada Coleção Folha LIteratura Ibero-Americana. Sylvia Colombo introduz o livro como "um drama de cunho existencialista embutido numa narrativa policial". Tal mistura literária cumpriu toda a expectativa que foi em mim previamente despertada. Com uma velocidade narrativa peculiar a excelentes romances policialescos, Sabato induz o leitor a mergulhar na loucura do paranóico protagonista Juan Pablo Castel, que inicia o história dizendo-se cometedor de um assassinato, e em tom confessional revela os motivos que o levaram a realizá-lo. Consagrado em seu país, Ernesto Sabato acaba de ganhar lugar cativo em minhas preferências literárias, levando-me a recomendá-lo fortemente para aqueles que estão em busca de uma trama embriagante.
No momento, encontro-me na companhia do romance Jesus Kid, de Mutarelli, que me foi recentemente presenteado por uma amiga. Lá estão presentes variadas e muito bem elaboradas referências às obras de nomes como Tarantino e Leone, que resultaram num omelete que tem como ingredientes elementos do western e diálogos ácidos. Enfim, tudo o que aprecio.
Só me resta saborear. E recomendar.
Já tinha ouvido falar muito bem do argentino, e agora fiquei interessada em ler.
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