Um homem que não se encaixa às mudanças sofridas pelo mundo em que vive. É uma constante que já virou senso comum. Muita gente que nasceu nessa era diz ter saudades de um tempo em que não viveu. A dificuldade para se adaptar a um cotidiano em que tudo se renova a cada segundo é evidente.
Clint Eastwood incorpora esse sujeito em crise com as novas e violentas tendências através de sua personagem, o polaco e veterano de guerra Walt Kowalski, no longa dirigido por ele próprio, Gran Torino. Depois do falecimento de sua mulher, Kowalski se vê acompanhado apenas de sua cadela, Daisy, e às voltas com vizinhos de diferentes etnias, cujos costumes não se adequam aos seus, além de gangues que vandalizam e desrespeitam o bairro em que vive.
Kowalski não se conforma com a petulância dos jovens que habitam os arredores de sua casa. Adolescentes destratam pessoas mais velhas e caçoam de suas mentalidades conservadoras. Em sua própria família ele enfrenta problemas com seus filhos e netos, que se mantêm à distância por considerarem Kowalski um velho rígido, intolerante e reacionário. A aproximação só é feita quando possuem algum tipo de interesse que possa ser adquirido com a intervenção do velho. Outro sinal dos novos e descabidos tempos.
Um desses interesses é o belo Ford Gran Torino 1972 por ele conservado na garagem. Grande patriota que é, Walt detesta carros importados de outros países e cultua produtos fabricados nos Estados Unidos. A Ford, empresa na qual trabalhou por muito tempo, é um símbolo dessa veneração. O Gran Torino é a menina dos seus olhos, o qual conserva com extremo zelo. O clássico e impecável automotor é o elo de ligação entre Kowalski e o menino Thao, um dos imigrantes asiáticos que habitam sua vizinhança, ao qual o velho rabugento adota como protegido e discípulo.
É muito difícil julgar se uma obra é o reflexo da vida do autor. Porém, nas últimas eleições americanas, Eastwood mostrou-se um ferrenho republicano, atacando o presidente eleito Barack Obama em uma aparição na qual apontava e conversava com uma cadeira vazia, como se o democrata estivesse ali sentado, ouvindo um sermão. Em Gran Torino, apesar de exibir preconceito contra culturas diferentes, a personagem de Eastwood na verdade acaba mesmo por pregar que haja respeito entre as pessoas, sejam elas democratas, republicanas, jovens ou idosas.
Eastwood, que já foi violento e irreverente como pistoleiro do velho oeste e policial inescrupuloso, mostra em Gran Torino seu lado rabugento e humano. Pois o respeito deve ser mantido - apesar das mudanças.
É muito difícil julgar se uma obra é o reflexo da vida do autor. Porém, nas últimas eleições americanas, Eastwood mostrou-se um ferrenho republicano, atacando o presidente eleito Barack Obama em uma aparição na qual apontava e conversava com uma cadeira vazia, como se o democrata estivesse ali sentado, ouvindo um sermão. Em Gran Torino, apesar de exibir preconceito contra culturas diferentes, a personagem de Eastwood na verdade acaba mesmo por pregar que haja respeito entre as pessoas, sejam elas democratas, republicanas, jovens ou idosas.
Eastwood, que já foi violento e irreverente como pistoleiro do velho oeste e policial inescrupuloso, mostra em Gran Torino seu lado rabugento e humano. Pois o respeito deve ser mantido - apesar das mudanças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário