Em outro texto publicado nesse espaço, intitulado Uma arte menor, discutia e duvidava eu a respeito da qualidade e valor artístico das séries. Durante um bom tempo as julguei (preconceituosamente, talvez) como meros enlatados estrangeiros que éramos obrigados a aceitar goela abaixo. Bem, o tempo passou (já se vão quatro meses desde que o texto acima referido foi escrito), conversei com mais pessoas, abri a mente para novas possibilidades e pronto: fui fisgado por uma série, recomendada por uma amiga. Com isso, cheguei à conclusão de que realmente há temas para todos os gostos. Sim, ainda me interesso pela temática de House e Dexter, mas a junção de um ator que remete aos pontos máximos da filmografia de Quentin Tarantino a um assunto interessantíssimo fizeram com que Lie to me passasse a fazer parte do meu cotidiano.O carismático protagonista Dr. Lightman é interpretado impecavelmente por Tim Roth (foto), que fez participações memoráveis nos filmes Pulp Fiction e Cães de aluguel. Lightman é dono de uma agência que soluciona mistérios através do desvendamento das mentiras que as pessoas contam. Reconhecido estudioso, ele possui uma equipe de verdadeiros detectores de mentiras ambulantes, que decifram inimagináveis micro-expressões que o ser humano involuntariamente apresenta quando tenta encobrir algo.
E não foi apenas esse ambiente detetivesco que me cativou. Até aqui, nos nove capítulos da primeira temporada aos quais assisti, tomei conhecimento de variados comportamentos culturais que remetem a diferentes etnias e países. Tudo foi trabalhado de maneira competente para que todos os detalhes levassem à inesperada solução de cada caso. Definir como empolgante, seria pouco. A única coisa que lamento: foram produzidas apenas três temporadas, que vão de 2009 a 2011. Uma pena.
Então, reitero-me aqui perante aqueles que leram o fatídico texto em que eu crucificava esse gênero no qual venho despendendo considerável tempo. Seria uma falácia eu continuar a insistir na ideia de que se trata de algo de menor valor artístico quando comparado à literatura, ao cinema ou aos quadrinhos. Ah, e não pensem que deixei de ler ou ver filmes. Continuo a fazer tudo isso. Essa série veio apenas somar ao entretenimento de minhas horas vagas.
Recomendo Lie to me para todos que ainda se acanham em acompanhar um seriado. E, por falar nisso, lá vou eu para mais um episódio.
Olha só, no curso de Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra há uma disciplina destinada apenas a estudar séries. Sim, os alunos durante as aulas assistem trechos de Friends e por aí vai. Meu susto não passou até agora.
ResponderExcluirEu sou apaixonada por lie to me, assisti e como otimista q sou, ainda acredito numa volta.
ResponderExcluirHá quem diga que os seriados vieram para substituir o cinema. Nos EEUU mesmo, o que a HBO, por exemplo, investe, temporada após temporada, no gênero - literalmente - não está no gibi. Ficou mais cômodo para o "consumidor de ficção" (mais cômodo até do que usar a própria imaginação para visualizar as histórias publicadas em meio impresso) simplesmente ficar sentado na poltrona ao invés de enfrentar filas nos cinemas e expor-se a uma multidão de "outras pessoas".
ResponderExcluirNo momento estou vendo o Friends-2ª temporada. Valeu a dica do Lie to me. http://grandeonda.blogspot.com
ResponderExcluirJá ouvi falar de "lie to me", mas ainda não vi nenhum episódio.
ResponderExcluirconfesso que me dá um pouco de receio ficar acompanhando séries.
pois fico viciada ! e depois é difícil de lidar com isso.
preciso trabalhar essas minhas dificuldades. HAHAHA
enquanto isso mantenho distância.