domingo, 17 de junho de 2012

Poder. Poder. Poder.

Brasileiro não gosta de política e partidarismos do mesmo gênero. Nem mesmo os que exercem a função que se dedica a tal ciência gostam do que fazem, pois aplicá-la deve ser coisa complicada, complexa e, deveras, de outro país, ou quem sabe planeta, ou até galáxia, já que, por aqui, poucos (ou nenhum) vi que a exercesse com prazer ou honestidade ou razão ou decência.

Incrível mesmo é notar que uma função tão burocrática e enfadonha dê tanto poder àqueles e, como não, àquelas que entram para o ramo. Poder. Poder. Poder. Três poderes que não remetem nem ao Judiciário, nem ao Executivo, nem ao Legislativo, não senhor, não senhora. É poder para fazer coisas, assim, digamos, aquelas coisas que não podem, mas, com poder, podem.

Essa força manipuladora, desmembradora e avassaladora dada aos políticos, já formou chefões que fariam o Don Corleone de Mario Puzo e Francis Ford Coppola parecer um mero traficantezinho de merda parecer isso aí mesmo: uma merda. Para ser patrão no crime político organizado brasileiro o sujeito tem que ser profissional.

Aqui vivem e atuam verdadeiros gênios das coisas (aquelas, citadas acima) feitas na surdina, na malandragem, na molecagem, na pilantragem. São indivíduos tão brilhantes na arte do crime que às vezes os seus egos extremamente inflados acabam por esbarrar uns nos outros, e aí, camarada, já viu, é aquela coisa, o time não pode ganhar se um estiver ganhando mais do que o outro, meu mensalão não pode e não deve e não vai ser menor que o dele, aquele safado, ladrão, caluniador, mentiroso, caluniador e mentiroso, mentiroso e caluniador.

O mais legal, aqui no nosso querido e varonil país, é que a cada dois anos temos a oportunidade de escolher variados e interessantes perfis criminosos, não tem essa de ser imposto, deram-nos o privilégio de saber exatamente quem é que vai roubar nosso dinheiro, ora essa, só faltava ser um desconhecido. 

E, nesse ano, apresentam-se os candidatos a comandar  nossas províncias, assim como os denominados vereadores, que debatem e debatem e debatem questões que, dada as suas complexidades, não se resolvem, mas eles estão lá para quem quiser ver, batem cartão para debater, debater e debater.

Fiquemos, então, ligados nos promissores e melhores indivíduos que por aí aparecerem. Quem sabe não podemos ser os responsáveis por lançar o futuro novo criador de um grande escândalo parlamentar? Porque, levar dinheiro na meia ou na cueca e não declarar uma grande soma de dinheiro arrecadado, já é coisa ultrapassada. Dos tempos de Don Corleone.

3 comentários:

  1. Muito bom! Temos de tomar cuidado mesmo!

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  2. Texto formidavelmente perfeito.

    Resta-nos saber se existe alguém na política que seja honesto.

    Difícil né? Atualmente, isso é conto de fadas..


    Beijos

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  3. Aqui em Brasília passamos por isso de 4 em 4 anos e ainda assim não conseguimos escolher direito...

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