segunda-feira, 14 de maio de 2012

Clássicos são clássicos

Nunca pensei que fosse fazer isso novamente, mas estou a reler as aventuras de Ulisses, o primeiro super-herói da literatura universal, em Odisseia. Trata-se de sua mais recente tradução, feita pelo helenista português Frederico Lourenço, editada pelo selo Penguin-Companhia das Letras.

Mas o motivo que me faz escrever sobre tal experiência não é a facilidade com que estou lendo os versos dessa edição nem os mistérios que envolvem a existência de Homero, mas sim como as coisas consideradas clássicas ainda são as que mais me agradam. Mesmo que tudo o que é novo ou original tenha uma preferência quase que unânime entre os que são considerados da "nova geração", os clássicos ainda são a melhor pedida. Não só na literatura.

Para quem é frequentador assíduo de bares em geral, por mais que os copos tipo "München" (aqueles, das tulipas de chopp) pareçam bonitos, atraentes e maiores, os copos do tipo "Americano" ainda são os melhores. O visual combina com qualquer balcão de padaria, além de ser prático pelo seu tamanho, que não deixa esquentar o líquido sagrado que costuma acomodar. Alguns botecos possuem ambientação sofisticação e iluminação que dão ares de décadas passadas ao estabelecimento, e o simples copo americano é um item imprescindível para tais lugares.

Quem trabalha ou estuda e precisa sempre ter uma caneta à mão, sabe que não há nada melhor do que ter a boa e velha Bic ao seu alcance, aquela que após anos e anos de uso deixa um irreversível calo no dedo médio. Canetas caras, que possuem emborrachamento em seu corpo para evitar tais fadigas, não possuem uma carga tão longeva quanto aquela simples caneta transparente e cristalina, que adere como nenhuma outra ao bolso de qualquer camisa. Mont Blanc? Que nada. Não troco minha clássica Bic azul por nada.

Voltando a falar de literatura, por mais que as aventuras de Harry Potter e Frodo Bolseiro pareçam as mais emocionantes, muito também pela facilidade que a narrativa desses títulos apresenta, é bom conhecer ao clássico que inspirou, mesmo de forma possivelmente inconsciente, esses heróis contemporâneos. Por mais que Ulisses possua um carisma que pertença a um período que antecede o nascimento de Cristo, a leitura de suas proezas pode ser algo tão prazeroso quanto as confusões do bruxinho jogador de quadribol. 

Coca-Cola em garrafa de vidro, fóforos Fiat Lux, All Star de cano alto, cerveja Antarctica Original, Turma da Mônica, Tio Patinhas. Enfim. Clássicos são clássicos. E vice-versa. 

5 comentários:

  1. parece que você finalmente resolveu assumir a idade (

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. a idade mental, quero dizer. já que clássicos são clássicos e não envelhecem cronologicamente (:

      Excluir
  2. Li Odisséia uns meses atrás, e gostei, embora seja uma tradução bem antiga. A nova deve ser interessante. Abraços. http://grandeonda.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. e qndo o copo americano já vem gelado, só pra receber o líquido sagrado? perfeito.
    engraçado, não consigo usar bic, acho a ponta grossa. prefiro a bic de ponta fina ou a compactor.

    ResponderExcluir
  4. Bons e velhos clássicos.

    Sinceramente, ainda prefiro algumas coisas antigas à novas!

    Ah, a modernidade ajuda, mas os toques de outrora, não deixam dúvidas: tem um gostinho de quero mais!!

    Beijos!

    ResponderExcluir