Seguimos metodicamente um inflexível roteiro diário de trabalho de estudos de relações de julgamentos de xingamentos de excrementos de aborrecimentos de maldições exigido por uma sociedade socialmente social socializante socializadora.
Comemos.
Acumulamos comida em nossos estômagos em grande quantidade para ser digerida percorrendo nosso ventre nossas mentes até se materializar em merda assim como acumulamos dinheiro que é merda que vira merda merda e merdas.
Dormimos.
Encostamos nossos crânios em travesseiros de pena de ganso de pena de galinha de pena de nós mesmos achando que vivemos e não corremos que vivemos e não sofremos que vivemos e não enlouquecemos que vivemos essa vida e que isso não é loucura.
Belo jogo louco de palavras. O resumo da vida cotidiana. Da loucura mundana do mundo e de nós mesmos. Triste. Poético.
ResponderExcluirDestaque meu :"Encostamos nossos crânios em travesseiros de pena de ganso de pena de galinha de pena de nós mesmos".
Murilo, dearest! Como é gratificante poder acompanhar esse seu crescimento como jovem e promissor escritor. Seria uma honraria surreal tecer o prefácio de suas coletâneas ou, mesmo, as "orelhas" do mesmo, se me permite a falta de modéstia. Vá em frente. Achou seu tom. O caminho, agora, só tem que ser trilhado - sem medo algum! Auguri!!!
ResponderExcluirValeu, Bob. Sinto-me igualmente gratificado por receber tais elogios de um dos meus principais mentores. Porém, talvez a concretização desses esrcritos em matéria impressa talvez esteja um pouco longe, ainda. É bem difícil encontrar a nossa voz na escrita. Pode reparar que ela varia bastante de texto para texto nesse espaço. De qualquer maneira, estou em busca da bendita.
ExcluirAbraço.
Dearest, o bom da voz que varia é que ela consegue coloração musical esplêndida...imagine sua pena como as cordas vocais de um contra-tenor...a variação melódica é tão forte e expressiva que, guardadas as devidas proporções (pois ainda somos apenas aprendizes dessa longa estrada da criação literária), tente vê-las como, talvez, heterônimos... afinal, Pessoa variava não apenas a voz, mas o timbre, a ressonância e tudo o mais...talvez por isso ele continue sendo infinitamente tão ele mesmo!
ExcluirSorte na empreitada!
Abraços!
Um jogo de palavras incrível. Crítica daquilo que seguimos metodicamente sem perceber, sem pensar, sem refletir. Um lirismo inteligente, feito a partir de uma rotina morta, um cotidiano sem poesia.
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto.
Abraços.
tudo é uma loucura... mas o melhor travesseiro é o da nasa.
ResponderExcluirSensacional o texto. Expôs a parte crua da nossa realidade fora do jogo virtual: nossa alma em carne e osso...
ResponderExcluirBeijos