Uma das coisas que mais gosto ao assistir filmes é a
possibilidade de poder fazer ligações com outros mais clássicos. Não que o
longa recentemente assistido tenha obrigatoriamente uma intrínseca relação com
os outros. Essas pontes, na realidade, sou eu, mero e amador espectador, que me
atrevo a fazer com filmes dos quais gosto muito e assisto infinitas e repetidas
vezes.
Inspirado pela resenha intitulada "O cowboy americano dos anos 80 ressurge nas ruas de Los Angeles", escrita pela
blogueira Patrícia Ströher, fiquei semanas a esperar ansiosamente pela chegada
de Drive, dirigido pelo dinamarquês Nicolas Winding Refn, ao cinema
de minha cidade. E, de fato, o filme correspondeu a todas minhas expectativas,
principalmente no que diz respeito ao fato de ele parecer uma colcha de
retalhos muito bem costurada, unindo vários gêneros.
A atuação de Ryan Gosling me fez lembrar dos personagens
interpretados por Clint Eastwood: poucas palavras, expressão inabalável e um
jeito calmo que se transforma repentinamente em uma explosão violenta incitada
por vingança. Quando perguntado sobre sua profissão, a resposta é simples:
"I drive". Mais precisamente, comparei o motorista da Los Angeles ao
matador William Munny, protagonista do grande faroeste Os
Imperdoáveis, que só mostra sua face obscura ao final da trama, quando vê o
cadáver de seu melhor amigo brutalizado.
A cena de perseguição de carros me fez sentir saudades de um
filme que já é uma homenagem aos longas de perseguição automotiva e
dublês: À prova de morte é, em minha opinião, um dos melhores filmes
de Quentin Tarantino - que já é meu cineasta favorito. Assim como o lunático
Stuntman Mike, interpretado por Kurt Russel, o protagonista de Drive também
exerce a função de dublê.
E, por haver uma mala com milhares de dólares em seu poder,
ele é vítima de uma alucinante caçada. Foi impossível não lembrar da trama
envolvendo os personagens de Onde os fracos não têm vez, dos irmãos Cohen,
em que a brutalidade de um psicopata persegue todo aquele que detém uma certa
bolsa igualmente recheada de "verdinhas".
Não obstante, além de todos os atrativos já mencionados, a
história se passa nas ruas de Los Angeles, a cidade das melhores narrativas
policiais americanas, escritas magistralmente por escritores - os quais possuo
alguns volumes literários - como Raymond Chandler, James Ellroy e Thomas
Pynchon. Será qualquer semelhança mera coincidência?
Quando gosto muito de um filme, costumo comprá-lo logo que é
lançado em DVD para compor minha pequena, porém divertida estante. Drive já
está incluso em minha lista de compras a serem realizadas.
Recomendo fortemente, aliás.
Não conhecia o filme e apesar de não conhecer todas as referências utilizadas nesse texto, gostei bastante das ligações com os quais conhecia.
ResponderExcluirLi a resenha (muito bem escrita por sinal) e achei a história muito interessante. Pretendo assistir o filme. Se for tão bom quanto parece, também estará em minha lista de compras.
Beijo.
Vi comentarem bem desse filme na rádio CBN, e Raymond Chandler é imbatível. Abraços. Carlos Medeiros...http://grandeonda.blogspot.com
ResponderExcluirMu,
ResponderExcluirFaz um tempinho que não assisto filmes, mas depois dessa mega recomendação, quero imensamente assistir.
Após o leitura deste, comento sobre as minhas ideias por aqui.
Beijos!