sábado, 8 de março de 2014

A sina de J. J. Gittes

Um detetive, especializado em investigar e flagrar adultérios, é contratado por certa senhora para investigar seu marido, que supostamente teria outra mulher. O problema é que o objeto da investigação, Holis Mullray, é posteriormente encontrado morto e a dama que contratou os serviços de J. J. Gittes não era a verdadeira mulher do falecido. Holis fazia parte de uma empresa que monopolizava a distribuição de água na cidade, numa época de muito calor e seca que levavam os rios a baixos níveis. Ao começar a investigar o caso, Gittes será levado a um destino que jamais imaginaria para si. 

Essa complexa trama é o que compõe o filme Chinatown, de 1974, dirigido por Roman Polanski. A década de 1930 é colocada como pano de fundo, tendo como cenário a cidade de Los Angeles, com uma misteriosa femme fatale interpretada por Faye Dunaway, completando assim os ingredientes necessários para caracterizar um filme no estilo noir. 

Ao contrário dos personagens freneticamente loucos pelos quais Jack Nicholson tornou-se conhecido, aqui o vemos como o detetive de fala macia Gittes, mostrando o motivo pelo qual é considerado um monstro do cinema mundial. 

Assim como nos romances policiais de Raymond Chandler, nos quais o investigador é o detetive do acaso Philip Marlowe, a trama é complexa e nos leva um mundo dominado por gângsteres que se utilizam de poderosos tentáculos políticos além de violento braço armado formado por impiedosos capangas. 

O detetive Gittes parece lutar contra as lembranças de um passado inquietador que remete à sua época na polícia da chinatown de Los Angeles. No desfecho da narrativa, Polanski mostrará que nem sempre podemos fugir de nossas sinas.

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